terça-feira, 1 de março de 2011

COIMBRA é mesmo uma lição em que se aprende a dizer SAUDADE...

«COIMBRA
Eu te canto Coimbra sem idade
As horas e os dias de saudade
A torre do alto rasga o espaço
De sonhos, de rio e enlace

Com o Zeca e Adriano feitos de amor
O penedo, o choupal, a eternidade
Com Pedro e Inês em clamor
 Num hino de luz à mocidade

És um sonho de ira, uma miragem
O tempo que passou ficando
Resta de ti em pensamento, a tua imagem
Dos passos na calçada murmurando

Eu te canto Coimbra sem idade»
(Fado de Coimbra)

Hoje é dia 1 de Março, dia da Universidade de Coimbra. Para quem não sabe a Universidade de Coimbra remonta ao século XIII, precisamente a 1 de Março de 1290, quando foi assinado em Leiria, por D. Dinis, o documento Scientiae thesaurus mirabilis, que institui a própria Universidade e pede ao Papa a confirmação. Trata-se da mais antiga Universidade Portuguesa e uma das mais antigas Universidades da Europa.
É sempre com nostalgia e saudade, aquela saudade muito especial e única que se aprende a sentir na mística e encantadora cidade de Coimbra, que recordo os meus tempos de estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra...
O dia 1 de Março era um dia muito espacial nos meus tempos académicos... acima de tudo era um dia de descanso para todos os estudantes... Normalmente aproveitávamos para dar um passeio pelo jardim botânico, se o dia estivesse solarengo...
Falar de Coimbra traz-me sempre aos olhos uma lágrima de emoção... pelas boas recordações de menino do interior que chega a uma Universidade grande, onde se respira História... onde é impossível não se deixar apaixonar pelo Mondego, pela Lapa ou pelo Choupal, imponente...
Recordar Coimbra é lembrar bons amigos como o Telmo (o meu afilhado) ou a Rita (minha boa amiga de sempre) companheira de tantas lutas...
Recordar Coimbra é ter no ouvido o som das guitarras e do fado... Recordar Coimbra é sentir o calor e a emoção das serenatas na Sé Velha... e os gritos académicos dos cortejos e das manifes...
Recordar Coimbra é sentir arder cá por dentro o orgulho de ser estudante de uma magna academia...
Recordar Coimbra é lembrar os bons tempos passados na casa da Madeira e no Cartola, onde se bebia um café esplêndido!
Recordar Coimbra é sentir que valeu a pena viver cinco anos da minha vida numa cidade de encantos... numa cidade em que se respira o espírito académico e em que se consegue sonhar, que mais não seja bebendo um copo e ouvindo cantar um fado...
Jamais poderei agradecer o suficiente aos meus pais pelos sacrifícios enormes que fizeram para me poderem proporcionar esta experiência que marcou, para sempre, a minha vida.
Julgo que valeu a pena... julgo que valeu mesmo a pena...
Bem-Hajam...
Um abraço especial a todos aqueles que vestiram a capa e a batina da velhinha Universidade de Coimbra e que, certamente, partilham comigo, hoje, este sentimento tão nosso ... a Saudade!

Aqui fica um belíssimo fado da serenata de Coimbra...para recordar velhos tempos...



Pedro Pires

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